Nações Unidas votaram para retomar as negociações sobre o primeiro tratado internacional para regular o comércio de armas convencionais, em março

Comércio mundial de armas movimenta 70 bilhões de dólares
O principal grupo pró-armas dos Estados Unidos, a Associação Nacional do Rifle (NRA, sigla em inglês), prometeu lutar contra o projeto de um tratado internacional para regular o comércio mundial de armamentos, de 70 bilhões de dólares, e rejeitou sugestões de que um massacre recente numa escola americana reforçou a necessidade de tal pacto. A Assembleia Geral da ONU votou na segunda-feira para retomar as negociações em meados de março sobre o primeiro tratado internacional para regular o comércio de armas convencionais, após uma conferência sobre o tema em julho ter fracassado porque os EUA e outras nações queriam mais tempo. Desta vez, os EUA apoiaram a medida.
O presidente dos EUA, Barack Obama, está sob intensa pressão para endurecer as leis de controle de armas no país após a morte de 20 crianças e seis educadores em Newtown, Connecticut, no dia 14 de dezembro. Sua administração, desde então, reiterou seu apoio a um tratado global de armas - que não restringe os direitos dos cidadãos americanos a possuir armas. Defensores do controle de armas dizem que uma pessoa morre a cada minuto como resultado da violência armada, e que uma convenção é necessária para evitar que armas negociadas ilicitamente apareçam em zonas de conflito e alimentem guerras e atrocidades.
Em entrevista à agência Reuters, o presidente da NRA, David Keene, disse que o massacre em Newtown não mudou a posição do poderoso lobby de armas dos EUA sobre o tratado. Ele também deixou claro que o governo Obama terá uma luta pela frente se levar o tratado ao Senado dos EUA para ratificação. "Somos tão contrários a isso hoje quanto éramos quando o assunto apareceu pela primeira vez", disse Keene. "Nós não vemos nada em termos de língua e no preâmbulo como sendo qualquer tipo de garantia dos direitos do povo americano sob a Segunda Emenda."
A Segunda Emenda da Constituição dos EUA protege o direito de portar armas. Keene afirmou que o pacto poderia exigir que o governo dos EUA aprovasse uma legislação para implantá-lo - o que o NRA teme que pudesse levar a restrições mais rígidas sobre a posse de armas. Ele acrescentou que tal tratado provavelmente não conquistaria a maioria de dois terços no Senado dos EUA, necessária para aprovação. "Esse tratado é tão problemático hoje em termos de ratificação no Senado como era há seis meses ou um ano atrás", disse Keene. No início deste ano, a maioria dos senadores escreveu a Obama pedindo-lhe para se opor ao tratado.
Delegados da ONU e ativistas do controle de armas argumentam que as negociações do tratado em julho desmoronaram em grande parte porque Obama empurrou a questão para depois das eleições de 6 de novembro, temendo ataques de seu rival republicano, Mitt Romney, caso seu governo apoiasse o pacto. Autoridades do governo americano negam tais alegações. Informações Veja.
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